Valentijn Driessen assistiu com repulsa à ação de homenagem no Ajax no último fim de semana. Durante o duelo com o sc Heerenveen (1-1), na trigésima minuto, foi acesa em massa uma grande quantidade de fogos de artifício em memória do torcedor Patrick Overeem, que faleceu uma semana antes em um acidente de barco. A ação, impressionante porém arriscada, provocou uma situação perigosa no estádio.
A quantidade de fogos foi tão grande que o árbitro Jannick van der Laan decidiu interromper a partida temporariamente. Segundo o jornalista do Telegraaf Mike Verweij, a ação era do conhecimento do clube, embora ninguém esperasse a escala enorme. "Na sala de imprensa antes do jogo já se comentava: ‘Fiquem de olho na sala de imprensa no 30º minuto, porque vai ter um bocado de fogos’. Mas todo mundo no Ajax ficou surpreso (com a dimensão e as consequências, red.). Isso foi simplesmente uma ação dirigida. Todo mundo no Ajax sabia, eu acho", disse Verweij no podcast Kick-Off do De Telegraaf.
Driessen não entende por que o Ajax não coordenou a situação por conta própria. "Normalmente, se você sabe disso enquanto Ajax, você organiza algo assim. Não pode deixar acontecer do jeito que foi agora. Passou de todos os limites. Esses caras (os torcedores, red.) podem achar isso sensacional, mas também representa um perigo para os demais torcedores, para os jogadores."
Segundo o jornalista, o incidente ilustra uma preocupação mais ampla no futebol holandês: a crescente influência das torcidas organizadas. "Os torcedores simplesmente mandam; é assim no Feyenoord, no
PSV e no Ajax. Isso é muito difícil para esses clubes. Cheira a organizações criminosas", afirma Driessen.